domingo, 1 de maio de 2016

O Álcool é Malevolente ao Sistema Hepático - Camila e Ana Vitória

1º Trimestre
Itaboraí, 01 de maio de 2016.
Colégio Aprovação. - GAP.
Turma: 1001.
Disciplina: Educação Física.
Professor: Rodrigo Sabino.
Alunas: Ana Vitória Lima. - Nº 02.
Camila Amaral. - Nº 07.

O Álcool é Malevolente ao Sistema 

Hepático

(Sistema Hepático)
      Tudo começa pelo fígado. Seu funcionamento normal é essencial à vida, é o maior e, em alguns aspectos, o mais complexo órgão do corpo humano. Uma de suas principais funções é degradar as substâncias tóxicas absorvidas do intestino ou produzidas em outras áreas do corpo e, em seguida, excretá-las pela bile ou pelo sangue como subprodutos inofensivos.


  • Doença hepática alcoólica

      Além de ser uma das consequências clínicas mais graves do uso crônico do álcool, o seu excesso é a causa isolada mais importante de doença e morte por hepatite e cirrose.
      O fígado é um órgão particularmente vulnerável aos danos provocados pelo álcool, pois ele é o principal ponto  de metabolização desta substância no organismo. Ele apresenta a capacidade de regenerar-se, consequentemente, os sintomas relacionados à lesão hepática provocada pelo álcool podem não aparecer até que esta seja realmente extensa.       No sexo masculino, esta condição pode ser alcançada pelo uso de aproximadamente 2 litros de cerveja, 1 litro de vinho ou 240 ml de bebidas destiladas ingeridas diariamente por pelo menos 20 anos. Nas mulheres, a quantidade necessária para produzir prejuízos semelhantes é de apenas ¼ à ½ deste montante 3.
     O consumo diário de bebida alcoólica, por um longo período de tempo, é uma condição fortemente associada ao desenvolvimento de lesões hepáticas, porém, apenas metade dos usuários que a consomem com esta frequência vão desenvolver hepatite ou cirrose alcoólica 4. Estes achados sugerem que outras condições como: hereditariedade, fatores ambientais ou ambos devam influenciar no curso da doença hepática.

  • Metabolismo do álcool

      A maior parte do álcool ingerido é metabolizado no fígado pela ação da enzima álcool desidrogenase (ADH). Esta enzima converte o álcool em acetaldeído, que mesmo em pequenas concentrações, é tóxico para o organismo. A enzima aldeído desidrogenase (ALDH), por sua vez, converte o acetaldeído em acetato 3. A maior parte do acetato produzido, atinge outras partes do organismo pela corrente sanguínea onde participa de outros ciclos metabólicos.

  • Tipos de lesões hepáticas provocadas pelo álcool
       Em indivíduos que praticam o  uso abusivo do álcool, as doenças hepáticas mais encontradas são:

1. Esteatose alcoólica ou "fígado gorduroso": A deposição de gordura ocorre em quase todos os indivíduos que fazem uso abusivo e frequente do álcool. Contudo, é uma condição clínica que também pode ocorrer em indivíduos não alcoolistas, após um único episódio de uso abusivo do álcool. A esteatose corresponde ao primeiro estágio da doença hepática alcoólica. Caso o indivíduo pare de beber neste estágio, ele recuperará sua função hepática.
  Esta doença também pode ocorrer em indivíduos diabéticos, obesos, com desnutrição proteica severa e usuários de determinados medicamentos compostos por acetato 3.

2. Hepatite alcoólica: Implica em uma inflamação e/ou destruição  do tecido hepático. Os sintomas incluem: perda de apetite, náusea, vômito, dor abdominal, febre e em alguns casos, confusão mental. Embora esta doença possa levar à morte, na maior parte das vezes ela pode ser revertida com a abstinência alcoólica. A hepatite alcoólica ocorre em aproximadamente 50% dos usuários frequentes.

3.Cirrose alcoólica: É um nível avançado da doença hepática, decorrente de um dano progressivo das células hepáticas. A cirrose costuma ser diagnosticada em 15 a 30% dos usuários crônicos e abusivos do álcool 4.
      Um fígado cirrótico é caracterizado por uma fibrose extensa que compromete o funcionamento do fígado podendo inclusive prejudicar o funcionamento de outros órgãos como cérebro e rins. Embora a cirrose alcoólica possa levar o indivíduo à morte em função de suas complicações (ex. falha renal e hipertensão portal), ela pode ser estabilizada pela abstinência completa do álcool 4.
      Estas três condições clínicas costumam estar sequencialmente relacionadas, de forma progressiva, da esteatose à cirrose. Contudo, alguns indivíduos podem desenvolver cirrose sem ter tido hepatite e algumas hepatites de início súbito e, em curso rápido, levam à morte antes de desenvolver cirrose.
      Há maneiras que o álcool danifica o fígado, por isso alguns alcoolistas desenvolvem problemas hepáticos a despeito da quantidade de álcool consumido. Há alguns  fatores de risco e mecanismos implicados no desenvolvimento de lesão hepática:

- Fatores genéticos

      Diferenças genéticas podem explicar o porquê de alguns alcoolistas desenvolverem cirrose e outros não. O tecido cicatricial que é formado no fígado cirrótico é composto de proteína de colágeno. Sugere-se que a estimulação para a síntese do colágeno ocorra pela ativação do gene do mesmo. Desta forma, especula-se que diferenças individuais para este gene podem estar associadas com diferenças no desenvolvimento de cirrose alcoólica entre os alcoolistas 2.

- Variações genéticas nas enzimas que metabolizam o álcool

      Os genes são responsáveis por direcionar a produção de todas as proteínas do corpo, inclusive as enzimas. Pequenas diferenças em um determinado gene (ex. polimorfismo) podem levar a pequenas mudanças na proteína correspondente, porém tem enormes diferenças nas atividades de uma enzima. Nenhum polimorfismo isolado para ADH esteve claramente associado a um dano hepático pelo uso do álcool, contudo, variações no ALDH estiveram envolvidas na doença hepática alcoólica.

- Radicais livres e acetaldeído

      Os radicais livres são fragmentos moleculares com grande poder reativo liberados durante a metabolização do álcool e que causam grande parte dos danos celulares existentes no processo de degeneração hepática.
     O acetaldeído é o primeiro produto da metabolização do álcool e parece ser importante na gênese dos radicais livres.

- Gênero

      Mulheres desenvolvem cirrose com doses acumuladas de álcool ao longo da vida bem menores do que os homens.

- Duas teorias foram propostas para explicar estas diferenças:

      A primeira envolve o ADH gástrico, ou seja, além do fígado o ADH pode ser encontrado no estômago e no intestino. Verificou-se que as mulheres apresentam uma menor atividade do ADH no estômago do que os homens, fazendo que com grande parte da metabolização do álcool, nasmesmas, ocorra no fígado. Desta maneira, uma grande porcentagem do álcool ingerido nas mulheres atingem o fígado predispondo-as à lesões hepáticas.
      A segunda diz respeito a uma diferença no metabolismo de ácidos graxos que poderia contribuir para um dano hepático acelerado nas mulheres. O consumo crônico do álcool inibe a maior via de metabolização dos ácidos graxos no fígado, acumulando-os e podendo provocar lesões hepáticas. A ativação de vias alternativas para a metabolização dos ácidos graxos poderia prevenir a formação destas lesões, contudo, foi demonstrado em ratos que esta ativação é bem menos eficaz em fêmeas.

  • Dieta

      Antes dos anos 70, acreditava-se que a cirrose era consequente ao déficit nutricional frequente em usuários crônicos do álcool. Com o passar do tempo, portanto, mostrou-se que o álcool, por si só, era capaz de danificar o fígado mesmo que o indivíduo estivesse nutricionalmente preservado. Atualmente, acredita-se que há uma interação entre a toxicidade do álcool e fatores nutricionais. Por exemplo, deficiências vitamínicas podem diminuir a proteção hepática frente aos radicais livres (fragmentos moleculares com grande poder reativo liberados durante a metabolização do álcool).

  • Café e tabaco

      Alcoolistas que fumam mais de um maço de cigarro por dia apresentam um risco de cirrose 3 vezes maior do que indivíduos não tabagistas. De maneira contrária, alcoolistas que consomem mais do que 4 xícaras de café por dia apresentam uma incidência 5 vezes menor de cirrose do que os que não tomam café. A causa para esses efeitos permanece desconhecida.

    Portanto o consumo intenso e habitual do álcool predispõe à doença hepática em indivíduos propensos. Ainda assim, o fato de apenas uma proporção destas pessoas desenvolverem hepatite ou cirrose, indica a importância de outros fatores como a hereditariedade, gênero, dieta e outras formas de doenças do fígado, influenciando o risco para a doença hepática alcoólica.
    A maior parte das lesões hepáticas causadas pelo álcool são atribuídas ao metabolismo do mesmo e de seus produtos de metabolização.

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