1º Trimestre
Itaboraí, 01 de maio de 2016.
Colégio Aprovação. - GAP.
Turma: 1001.
Disciplina: Educação Física.
Disciplina: Educação Física.
Professor: Rodrigo Sabino.
Alunas: Ana Vitória Lima. - Nº 02.
Camila Amaral. - Nº 07.
O Álcool é Malevolente ao Sistema
Hepático
(Sistema Hepático)
Tudo começa pelo fígado. Seu funcionamento normal é
essencial à vida, é o maior e, em alguns aspectos, o mais complexo órgão do
corpo humano. Uma de suas principais funções é degradar as substâncias tóxicas
absorvidas do intestino ou produzidas em outras áreas do corpo e, em seguida,
excretá-las pela bile ou pelo sangue como subprodutos inofensivos.
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- Doença hepática alcoólica
Além de ser
uma das consequências clínicas mais graves do uso crônico do álcool, o seu excesso é a causa isolada mais importante de doença e morte por
hepatite e cirrose.
O fígado é um
órgão particularmente vulnerável aos danos provocados pelo álcool, pois ele é o
principal ponto de metabolização desta
substância no organismo. Ele apresenta
a capacidade de regenerar-se, consequentemente, os sintomas relacionados à
lesão hepática provocada pelo álcool podem não aparecer até que esta seja
realmente extensa. No sexo masculino, esta condição pode ser alcançada pelo uso
de aproximadamente 2 litros de cerveja, 1 litro de vinho ou 240 ml de bebidas
destiladas ingeridas diariamente por pelo menos 20 anos. Nas mulheres, a
quantidade necessária para produzir prejuízos semelhantes é de apenas ¼ à ½
deste montante 3.
O consumo
diário de bebida alcoólica, por um longo período de tempo, é uma condição
fortemente associada ao desenvolvimento de lesões hepáticas, porém, apenas
metade dos usuários que a consomem com esta frequência vão desenvolver hepatite
ou cirrose alcoólica 4. Estes achados sugerem que outras condições como:
hereditariedade, fatores ambientais ou ambos devam influenciar no curso da
doença hepática.
- Metabolismo do álcool
A maior parte
do álcool ingerido é metabolizado no fígado pela ação da enzima álcool
desidrogenase (ADH). Esta enzima converte o álcool em acetaldeído, que mesmo em
pequenas concentrações, é tóxico para o organismo. A enzima aldeído
desidrogenase (ALDH), por sua vez, converte o acetaldeído em acetato 3. A maior
parte do acetato produzido, atinge outras partes do organismo pela corrente sanguínea
onde participa de outros ciclos metabólicos.
- Tipos de lesões hepáticas provocadas pelo álcool
Em
indivíduos que praticam o uso abusivo do
álcool, as doenças hepáticas mais encontradas são:
1. Esteatose
alcoólica ou "fígado gorduroso": A deposição de gordura ocorre em quase todos os
indivíduos que fazem uso abusivo e frequente do álcool. Contudo, é uma condição
clínica que também pode ocorrer em indivíduos não alcoolistas, após um único
episódio de uso abusivo do álcool. A esteatose corresponde ao primeiro estágio da
doença hepática alcoólica. Caso o indivíduo pare de beber neste estágio, ele
recuperará sua função hepática.
Esta doença também pode ocorrer em indivíduos diabéticos, obesos, com desnutrição proteica severa e usuários de determinados medicamentos compostos por acetato 3.
2. Hepatite
alcoólica: Implica em uma inflamação
e/ou destruição do tecido hepático. Os
sintomas incluem: perda de apetite, náusea, vômito, dor abdominal, febre e em
alguns casos, confusão mental. Embora esta doença possa levar à morte, na maior
parte das vezes ela pode ser revertida com a abstinência alcoólica. A hepatite
alcoólica ocorre em aproximadamente 50% dos usuários frequentes.
3.Cirrose
alcoólica: É um nível avançado da doença hepática, decorrente de um dano
progressivo das células hepáticas. A cirrose costuma ser diagnosticada em 15 a
30% dos usuários crônicos e abusivos do álcool 4.
Um fígado
cirrótico é caracterizado por uma fibrose extensa que compromete o
funcionamento do fígado podendo inclusive prejudicar o funcionamento de outros
órgãos como cérebro e rins. Embora a cirrose alcoólica possa levar o indivíduo
à morte em função de suas complicações (ex. falha renal e hipertensão portal),
ela pode ser estabilizada pela abstinência completa do álcool 4.
Estas três
condições clínicas costumam estar sequencialmente relacionadas, de forma
progressiva, da esteatose à cirrose. Contudo, alguns indivíduos podem
desenvolver cirrose sem ter tido hepatite e algumas hepatites de início súbito
e, em curso rápido, levam à morte antes de desenvolver cirrose.
Há maneiras
que o álcool danifica o fígado, por isso alguns alcoolistas desenvolvem problemas hepáticos
a despeito da quantidade de álcool consumido. Há alguns fatores de risco e mecanismos implicados no
desenvolvimento de lesão hepática:
- Fatores
genéticos
Diferenças
genéticas podem explicar o porquê de alguns alcoolistas desenvolverem cirrose e
outros não. O tecido cicatricial que é formado no fígado cirrótico é composto
de proteína de colágeno. Sugere-se que a estimulação para a síntese do colágeno
ocorra pela ativação do gene do mesmo. Desta forma, especula-se que
diferenças individuais para este gene podem estar associadas com diferenças no
desenvolvimento de cirrose alcoólica entre os alcoolistas 2.
- Variações
genéticas nas enzimas que metabolizam o álcool
Os genes são
responsáveis por direcionar a produção de todas as proteínas do corpo,
inclusive as enzimas. Pequenas diferenças em um determinado gene (ex.
polimorfismo) podem levar a pequenas mudanças na proteína correspondente, porém tem enormes diferenças nas atividades de uma enzima. Nenhum polimorfismo isolado
para ADH esteve claramente associado a um dano hepático pelo uso do álcool,
contudo, variações no ALDH estiveram envolvidas na doença hepática alcoólica.
- Radicais
livres e acetaldeído
Os radicais
livres são fragmentos moleculares com grande poder reativo liberados durante a
metabolização do álcool e que causam grande parte dos danos celulares
existentes no processo de degeneração hepática.
O acetaldeído é o primeiro produto da metabolização do álcool e parece ser importante na
gênese dos radicais livres.
- Gênero
Mulheres
desenvolvem cirrose com doses acumuladas de álcool ao longo da vida bem menores
do que os homens.
- Duas
teorias foram propostas para explicar estas diferenças:
A primeira
envolve o ADH gástrico, ou seja, além do fígado o ADH pode ser encontrado no
estômago e no intestino. Verificou-se que as mulheres apresentam uma menor
atividade do ADH no estômago do que os homens, fazendo que com grande parte da
metabolização do álcool, nasmesmas, ocorra no fígado. Desta maneira, uma
grande porcentagem do álcool ingerido nas mulheres atingem o fígado predispondo-as
à lesões hepáticas.
A segunda diz respeito a uma diferença no metabolismo de ácidos graxos que poderia
contribuir para um dano hepático acelerado nas mulheres. O consumo crônico do
álcool inibe a maior via de metabolização dos ácidos graxos no fígado,
acumulando-os e podendo provocar lesões hepáticas. A ativação de vias
alternativas para a metabolização dos ácidos graxos poderia prevenir a formação
destas lesões, contudo, foi demonstrado em ratos que esta ativação é bem menos
eficaz em fêmeas.
- Dieta
Antes dos
anos 70, acreditava-se que a cirrose era consequente ao déficit nutricional
frequente em usuários crônicos do álcool. Com o passar do tempo, portanto,
mostrou-se que o álcool, por si só, era capaz de danificar o fígado mesmo que o
indivíduo estivesse nutricionalmente preservado. Atualmente, acredita-se que há
uma interação entre a toxicidade do álcool e fatores nutricionais. Por
exemplo, deficiências vitamínicas podem diminuir a proteção hepática frente aos
radicais livres (fragmentos moleculares com grande poder reativo liberados
durante a metabolização do álcool).
- Café e tabaco
Alcoolistas
que fumam mais de um maço de cigarro por dia apresentam um risco de cirrose 3
vezes maior do que indivíduos não tabagistas. De maneira contrária, alcoolistas
que consomem mais do que 4 xícaras de café por dia apresentam uma incidência 5
vezes menor de cirrose do que os que não tomam café. A causa para esses efeitos
permanece desconhecida.
Portanto o consumo intenso e habitual do álcool predispõe à doença hepática
em indivíduos propensos. Ainda assim, o fato de apenas
uma proporção destas pessoas desenvolverem hepatite ou cirrose, indica a
importância de outros fatores como a hereditariedade, gênero, dieta e outras
formas de doenças do fígado, influenciando o risco para a doença hepática alcoólica.
A maior parte
das lesões hepáticas causadas pelo álcool são atribuídas ao metabolismo do mesmo e de seus produtos de metabolização.
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